O TRANSE DE INICIAÇÃO

Sempre que me vejo citado nos textos, chamado à interlocução, relembro a trajetória na Casa do Poeta Rio-Grandense – CAPORI. Ali aconteceu o transe de iniciação. E fico feliz em poder continuar a contribuir. É bem assim: quando o assunto ou a temática se aproxima com o que se pensa ou no que, antiteticamente divergimos, surge o INTERTEXTO. Muitas vezes o comentarista eventual amplia magistralmente o que se tinha na abordagem textual original. Este é um dos fenômenos da literatura. Na atual quadra literária, são muito poucos os textos que apresentam notória originalidade, nem por isso deixam de ser interessantes. Por vezes, parece que o espírito humano já escreveu quase tudo e pouco resta a registrar. Busco sempre garimpar e polir o que a criação instintiva consuma, vale dizer: o que a escrita automática propõe num átimo. Esta é a sina: a condenação ao pensar. Ainda que, aparentemente, a emoção seja um cavalo aporreado que toma as rédeas e dispara campo fora, aos corcovos, sem rumo ou destino. Só se vê, ao longe, a linda morfologia animal que parece voejar...

– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2014/15.

http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/5172978