PALAVRA E PODER

É óbvio que eu desejo que o teu braço escriba não se incomode com dores provindas dos neurônios, ao leres o textual proposto por mim. Porque é muito improvável que ocorra o contrário. No entanto, que a dor originária das artérias dos neurônios proponham o bálsamo vivificador que tanto procuras: O POEMA COM POESIA. Esta pestinha sempre nos persegue... Ou nós o perseguimos? Vês o que é o poder da palavra? A leitora Eliane Fraga, num singelo questionamento, a saber: “Então o poema deve ser etéreo, quase invisível aos sentidos, tendo a capacidade de penetrar diretamente no inconsciente. Interessante. Descartes concordaria...”, dialeticamente instaurou uma antítese que rendeu dezenas de comentários para o meu despretensioso textículo original, republicado no Facebook. Sinal de que graças ao processo racional, o filósofo, físico e matemático francês René Descartes, morto há cerca de 400 anos, está mais vivo do que nunca! E se Eliane não houvesse mexido em sua própria caixa de pandora, teríamos nós chegado a um conceitual mais dilatado sem essa discussão? Lembrei-me dos maravilhosos latinos que cunharam a expressão: “Fiat Lux”, para lembrar quando o Absoluto criou a luz a partir do Nada, nos primórdios da Criação. É expressão metafórica muito divulgada e representa a ORIGEM DO NOVO. E se fora fruto do "sarcasmo" – como disse uma interlocutora, ao pé do texto – a Palavra emitida pela persona questionadora, fruto do conhecimento e talento – esta também não seria uma forma de arte personalíssima para a fixação da linguagem numa antítese jocosa ou humorística? A Palavra se traveste a cada necessidade de autor e leitor. Ou seja: de cada um segundo o seu trabalho, a cada um segundo sua necessidade de EXPRESSÃO e GOZO...

– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2015.

http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/5134013