Trovas

[Onofre Ferreira Do Prado]

1.

No calor de todo afeto,

Pelo amor que dure mais.

Tudo encanta no soneto,

De Vinicius de Moraes!

2.

Pelo saber me encantei,

Já dei bons passos na estrada.

Quanto mais penso que sei,

Eu vejo que não sei nada!

3.

Um encanto do Universo,

Nasce o sol e vibra a Terra.

Na ilusão de um simples verso,

Nem penso que existe guerra!

4.

Já pequei, pois não santo,

Por pequenas atitudes,

Mas não tenho em um só canto,

Um senão de ilicitudes.

5.

Posso não ter conquistado,

Os lauréis da doce vida,

Mas me sinto premiado,

Posso andar de face erguida!

6.

Não pretendo ser nababo,

Vivo como sempre quis.

De riqueza não me gabo,

Sou plebeu, mas sou feliz!

7.

Todo dia por encanto,

Quero olhar nos olhos teus.

Sem pensar em desencanto,

Sem pensar que existe adeus!

(O que é trova? É uma composição poética de quatro versos, com sete sílabas métricas cada um, em que o autor precisa colocar nos quatro versos toda a sua ideia, com o cuidado formal e estilístico que o gênero merece. A trova tem que rimar pelo menos o segundo verso com o quarto, porém, a forma clássica mais tradicional é o primeiro verso rimar com o terceiro e o segundo com o quarto. Se não seguir este critério de regras a composição não será trova. Na trova, conta-se até a sétima sílaba tônica, isto é, a sílaba forte. Verso é cada uma das linhas de um poema).

Onofre Ferreira do Prado
Enviado por Onofre Ferreira do Prado em 29/08/2017
Reeditado em 28/07/2021
Código do texto: T6098225
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