Era assim no Tempo do Salazar, parece um sonho, mas não era. Havia poucas escolas, em vilas e aldeias estudar só era possível até à alfabetização, quatro anos de escola primária. Ir além impossível, só filhos e filhas de gente rica que podiam custear as despesas fora dali. Ou seja, era um jeito de manter as castas: pobre vai ser pobre sempre, o máximo a que podia aspirar era ser
empregado desses ricos senhores, ou contentar-se com uma agricultura de 
subsistência sem ajuda alguma de governo nenhum.
      Sabem o que aconteceu? A juventude deu de debandar, para a França, para o Brasil,  para a América para onde dava.
    Ali ficaram os tais ricos e os velhotes. A região hoje está em vias desertificação, há aldeias que só têm um ou dois moradores.
   Crianças há muito tempo que deixaram de nascer por ali, só os dos ricos, mas que agora, sem empregados,   ficaram bem menos ricos.
   Terras sem braços que as trabalhem não geram riqueza nenhuma.
        Agora os filhos da diáspora até voltam para ajudar os pais como podem.  enfim,  aquilo virou um paraíso para se passarem umas boas férias longe do atropelo das grandes cidades. Num ambiente quase medieval, festas ao estilo medieval, vida medieval em todos os sentidos, é como uma volta ao passado, mas agora sem as angústias de outrora.