Advogado: Tenha Inteligência Emocional

Compartilho com meus leitores, um artigo interessantíssimo que li no site Consultor Jurídico de hoje.

A matéria trata da necessidade do advogado em ter inteligência emocional equilibrada para poder exercer a profissão, uma vez que está inserido numa 'selva de pedras' e é preciso sobreviver.

Diz a matéria de João Ozório de Melo, que:

Nos Estados Unidos, a maioria dos novos advogados não tem vida fácil. Sempre há alguém disposto a lhes dizer que não são bons em seu trabalho. Uns dizem isso porque é verdade. Outros porque querem intimidá-los. E outros, por pura maldade, diz o advogado Sam Glover, editor do site Lawyerist.

O fato é que os advogados, especialmente os que atuam em contencioso, precisam ter inteligência emocional para aguentar a “guerra”. Do contrário, não serão bons em seu trabalho. O bullying, tão comum nas escolas, não termina com a formatura. Apenas toma novas formas. E a forma mais devastadora para os novos advogados é a praticada por alguns advogados mais antigos, que procuram intimidá-los, para levar vantagens nas disputas judiciais, diz Glover.

Não são as notas ruins durante o curso de Direito tornam um bacharel um mau advogado. Há uma brincadeira sobre isso, considerando o sistema de notas americano, que usa letras para classificar os alunos. A anedota diz que formandos com nota “A” se tornam professores universitários, com nota “B” se tornam juízes, e com nota “C” se tornam os melhores advogados de contencioso.

O que faz um mau advogado é a incapacidade de lidar com as críticas, com as tentativas de depreciação e todas as demais formas de bullying, palavra que se traduz como “intimidação”. E isso acontece no tribunal, onde o advogado é intimidado por colegas que representam a outra parte e às vezes por juízes e promotores. E pode acontecer até mesmo no escritório, onde a concorrência é grande.

“Muitos dos advogados que enfrentei nos meus primeiros nove anos de carreira me disseram que eu era estúpido, um crédulo que acreditava em clientes que estavam mentindo, que minhas demandas eram frívolas e que eu teria sorte se conseguisse extinguir minha própria ação. Me ameaçaram de muitas coisas inúmeras vezes, mas 99% das vezes nada aconteceu”, conta Glover.

“Mas eu sei que não sou estúpido, meus clientes raramente mentem para mim sobre alguma coisa importante, eu não movo ações frívolas e dificilmente pensaria em extinguir minhas ações voluntariamente. Mas a prática da advocacia nem sempre é colegial e se encolher sob fogo não é uma opção para o advogado”, ele diz.

O profissional precisa ter casca grossa, o que significa manter o controle de suas emoções e responder a provocações e tentativas de intimidação apropriadamente, sempre. O advogado precisa fazer isso porque seu trabalho é servir o cliente. Por isso, deve ignorar os “fanfarrões”, ficar calmo e tomar boas decisões mesmo que sob pressão, ele afirma.

“Por mais que um oponente deprecie você, não se esqueça de que seus sentimentos são irrelevantes em uma disputa judicial. Suas obrigações profissionais requerem que você tome as decisões certas em todos os momentos, não importa como você se sinta”, diz Glover.

Muitas vezes, advogados mais experientes “explicam” aos menos experientes, pessoalmente ou por telefone, porque seu caso é fraco, aponta problemas e junta a isso uma dose de insultos. O advogado inexperiente passa a defender seu caso e, nesse momento, acaba revelando ao mais experiente algumas informações fundamentais do caso – exatamente o que ele queria descobrir.

“Não julgue seu caso junto com o advogado oponente. Quem deve julgar é o juiz. Nem lhe dê informações que o ajudarão a lutar contra você no tribunal”, recomenda Glover.

João Ozório de Melo - Consultor Jurídico
Enviado por Fátima Burégio em 19/08/2016
Reeditado em 21/08/2016
Código do texto: T5733421
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