SONETOS - A TRADIÇÃO DA DIFERENÇA E HISTÓRIA DE FORMAS em PEREIRA, JOSÉ J. B. MOMENTOS POÉTICOS – Divinópolis, MG: Ed. Sefor, 2006.

Há duas formas básicas de soneto mais conhecidos:

A) O camoniano (pode ser com 10 ou 12 sílabas poéticas)

B) O shakespeareano/ shakespeariano.

Estrutura: Pode ser apresentado em três formas de distribuição dos versos:

Soneto italiano ou petrarquiano: apresenta duas estrofes de quatro versos (quartetos) e duas de três versos (tercetos);

Soneto inglês ou Shakespeariano: três quartetos e um dístico;

Soneto monostrófico: Apresenta uma única estrofe de 14 versos:

Para além destas formas, pode haver o acrescentamento (geralmente de três versos) feito aos 14 versos de um soneto. Este acrescentamento é chamado de estrambote[1] e o poema passa a chamar-se soneto estrambótico. O termo deriva do italiano strambotto ("extravagante, irregular"). Uma vez que o soneto é caracterizado exatamente como um poema de 14 versos — tradicionalmente dois quartetos e dois tercetos —, o acréscimo de um ou mais versos no final do poema (de acordo com a conveniência do escritor), faz da obra um soneto irregular — estrambótico, como usado por exemplo por Miguel de Cervantes[2].

https://pt.wikipedia.org/wiki/Soneto

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"O soneto teria sido criado no começo do século XIII, possivelmente na Sicília, onde era cantado na corte de Frederico II Hohenstaufen da mesma forma que as tradicionais baladas provençais. A invenção do soneto é atribuída a Jacopo da Lentini (,,,). Os versos alexandrinos, utilizados por muitos sonetistas, eles remontam - segundo alguns dicionários da língua portuguesa - a uma obra francesa do século XII chamada Le Roman d'Alexandre, versos de doze sílabas poéticas (dodecassílabos).

Graças a uma viagem que fez para a Itália entre 1521 e 1526, o poeta português Sá de Miranda regressou com uma nova estética poética para Portugal, introduzindo pela primeira vez o soneto, a canção, a sextina, as composições em tercetos e em oitavas, e os versos de dez sílabas, conhecidos como decassílabos. Luís Vaz de Camões adotou esta estética, compondo diversos sonetos com o amor como tema principal e imortalizando o soneto em língua portuguesa:

"Eu cantarei de amor tão docemente," https://pt.wikipedia.org/wiki/Soneto

Veja exemplos a partir de minha produção poética abaixo:

À MINHA ROSA, COM AMOR!

Aos 80 anos de dona Rosa B. Silva (24.08.2005)

Encante com criatura bondosa!

Bela rosa exala seus perfumes.

Hoje contempla seus anos e lumes.

Cale e ouça voz melodiosa?!

Veja qual fé linda e lucidez,

Todos rezam pela mãe e senhora.

Seus exemplos guardam desde agora,

Nada sufoca esta honradez.

Se a solidão bater à sua porta:

Cultiva sua fé na Virgem Maria:

Seu coração a saudade corta...

Agradece a Deus noite e dia:

Dores e lida da vida suporta;

É gente a mostrar sua simpatia.

ANTROPÉIA

Aos que acreditam na ética!

Poema para concurso na FUNREI.

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A vida flui no remoto passado,

Mesmo havendo labirinto sutil,

Fascínio em desígnio descoberto,

Oculta e Impregna mistérios mil.

O antropoide passou a pensar:

O primata ludificou o fogo e o jogo.

Nele, liberdade flui como néctar.

A angústia da morte revela-se logo!

A Renascença veio do humanismo.

A dicotomia entre filosofia e emoção.

descortinam desafio ao etnocentrismo.

A síntese da inteligência é o coração.

Urge vencer a indiferença e o racismo.

A antropeia desafina; tolerar é sugestão.

CANTO À ÁRVORE

À ecologia, paródia a Augusto dos Anjos!

A árvore, meu filho amigo, tem alma!

E ela nos serve de abrigo e nutrição...

A semente e brotos nascem da lama:

Vencer a fome: colher frutos é solução!

Mas, pai, por que este hino vamos evocando?

O pai narra: Zaqueu à árvore vai subindo,

nas escrituras, encontra o Cristo: “Daí desça,

a salvação reina nesta casa,” Quero que cresça.

O pai e filho se contemplaram na sombra!

Viva as árvores: nossa vida e, sentindo-as,

A posteridade canta cantigas, e história lembra!

Não são antíteses: os sicômoros e gentes:

Os filhos brincam, estudam debaixo delas!

E futuro e floresta amanhecem contentes.

CONTADOR DE HISTÓRIAS

Ao Sérgio Resende costa e a todos que contam histórias.

Veja este contador de História.

Com voz e olhos a hipnotizar:

Ser alado a volatizar...

Espaço de magia e vitória!

Do chão, em tapete, palco surgira,

Da mala, erguem cartas de surpresa.

Vem a imaginação, nada presa...

Em muitos pontos, cada conto gira...

Sinta terras e novas do além,

Baralho vira dinheiro, surpresa!

Sino e mágicas surgem também.

Momentos felizes: pura beleza!

Com o Sérgio, agenda você vem!

Para o tempo, cheio de leveza.

VOVÓ LÉA DELVECCHIO TRINDADE

À Léa Delvechio Trindade, minha sogra, após a recuperação de seu neto Lucas Trindade.

Com Lucas bebê ao colo sorrias,

Uma foto selara aquele momento.

O menino agora contigo dormias:

Olhavas feliz após o sofrimento,

Invocavas o Padre. Francisco Gonçalves,

Ao terço terno, em mui doses, cingias,

Milagre de Ave-Marias entre reveses.

A Nosso Senhor, em preces suaves pedias.

O céu coloriu de novo a nossa história!

O Lucas renascido a ti sempre amou.

Deus presenteou-o com a vovó querida.

Paraíso, cheio de bênçãos, das dores o livrou,

Contempla, ó Lea, a Trindade e a Virgem Maria,

Lucas, não esqueça de tua vovó amada em vida.

PERFIL DO PEREGRINO

Aos que buscam a verdade e a Deus!

Senhor, o que é o ser humano?

Pálido reflexo da fragilidade?

Amotinado império do vazio,

Ignorando a si e ao cosmos?

Na sua queda, esconde sua força;

Na sua arrogância, minha seus princípios;

Na sua mania, há teimosia por sobreviver;

Na destinação, há futuro sonho por acontecer.

E, se tudo passar, o que fica então?

Vaidade, angústia e medo e solidão?

Se tudo é relativo, paradoxal....

É possível o absoluto essencial?

Só TU, Senhor, pode nos ajudar;

A questionar nossa condição mesquinha...

De muros e misérias, ainda construída;

Entre pobres e ricos, uma eterna luta.

MELCA

À Celma, outra incentivadora desta obra.

Seu jeito de ser vem nos cativar!

Alegria está no coração.

Meiguice cativa da criação.

Esta presença quer nos conquistar!

Sincera, circunspecta os poentes,

Vivaz, pensa as possibilidades,

Cativante, vê probalidades,

Firme, circula voos tolerantes.

Hoje, simpatia e esperança,

Esforça-se por praticar o bem.

Doravante, surge vital presença.

Cada meta, empenha-se também,

Conquista, cada passo: eis sua crença;

Seja feliz, sim, aqui e além.

O LIVRO

Aos que gostam de ler e amam ficção e a história e memórias.

Na biblioteca procuro um livro!

Quando o acho, fico contente.

O que descubro é exílio e lírio:

A pesquisa é novo expoente.

Ler parece um martírio, sem fim,

Quando do livro não se tem gosto.

Mas se a leitura cativa a mim:

O prazer está além do imposto.

Se a vida não se reduz ao alvoroço,

Urge criticar o conteúdo proposto

Decorar fórmulas é só um esboço.

Mire a alma ao infinito, ao conhecimento,

Ao analisar as entrelinhas do não-dito.

Ao fim da pesquisa, sinto contentamento.

INCENTIVADORA - GRATIDÃO À MÁRCIA

À Márcia Ap. Cecílio, da Biblioteca Ataliba Lago.

Este soneto dedico à Márcia,

Venho gentilmente enaltecer.

Este livro de poesia e memória,

Venho, alegremente, agradecer.

No primeiro instante de vida,

Destes Momentos Poéticos,

Sinta, então, você engrandecida,

Primando-se em modelos éticos.

Para quem promove o outro,

Nisso, sua alma eternizará!

Sua vida brilhará qual ouro...

E ao futuro seu nome legará.

E a cultura será seu ancoradouro.

E o bem a todos chegará.

HOMEM PÚBLICO

Ao Secretário Eugênio Guimarães, parabéns pela Revista Portal!

A esperança, a fé penetrou.

Alegria, a vida concedeu.

Lealdade e força, Deus cedeu.

O nome como escol demonstrou!

Prudente esse homem se comporta,

A todos, recebe com atenção.

A cada um revela emoção!

Esta palavra a muitos importa.

Contempla o Portal desta cidade,

Sendo o incentivo à cultura.

Semente outra de prosperidade!

Política como desenvoltura,

Cada projeto tem identidade...

À história, nova aventura.

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"William Shakespeare, além de teatrólogo, desenvolveu o soneto inglês, composto por três quartetos e um dístico, diferente da composição original de Petrarca. Desde o século XVI, o soneto adquiriu importância ao redor do mundo, tornando-se a melhor representação da poesia lírica." https://pt.wikipedia.org/wiki/Soneto

CINCO SONETOS SHAKESPEAREANOS

Homenagem aos maiores sonetistas: Camões, Shakespeare, Petrarca, Vinícius, F. Pessoa, Charles Baudelaire, Sebastião Bemfica Milagre, Jadir Vilela de Souza, Florbela Espanca...

https://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Baudelaire

Alguns dos principais sonetistas em língua portuguesa são:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Soneto

Augusto dos Anjos

Cláudio Manuel da Costa

Glauco Mattoso

Gregório de Matos Guerra

Cruz e Sousa

Luís Vaz de Camões

Manuel Maria Du Bocage

Olavo Bilac

Vinícius de Moraes

Antero de Quental

Florbela Espanca

http://osmeussonetos.blogspot.com.br/2007/01/florbela-espanca.html

Tomaz de Figueiredo

I – MOMENTOS POÉTICOS

Aos meus leitores e às minhas leitoras!

A Vida tem seus Momentos Poéticos,

Que se burilam em versos eternos.

E o poeta vai além dos céticos,

Porque sutiliza moção em versos,

Nas entrelinhas antevê o pulsar

De coração cheio de esperança,

Amor maior a Minas a vibrar,

De alegria qual pura criança.

Contemple, pois, alma gentil e sinta...

Suave melodia do soneto,

Seja Camões como latina cripta,

Seja Shakespeare como toque feito.

Divinópolis, brinde o Divino!

São João Del-Rei, Cidade do Sino!

II- DOAÇÃO

Ao Padre Luís Carlos Amorim (Domingo da Ressurreição, 16.04.2006)

Aos pregadores e aos doam seu viver!

Aos sofrem pelos outros; entregam-se a Jesus!

Uma vez, conheci suave senhora,

que quis a uma creche se dedicar.

Quando soube que chegava sua hora,

pôde à mão a colher colocar.

Porque, com fé, o melhor ficaria!

Após sua morte, dizia à sua fã:

- Criança, a sobremesa viria,

levante a colher com mui elã.

Se a sua vida toda dedicou,

abraçaria sua morte irmã;

O padre àquela mão colocou

a colher com santa unção cristã.

O cristão não teme a dura morte,

Pois a ressurreição é pura sorte! (sorte=graça, gratuidade)

III- INTIMIDADE

Aos se doam aos outros.

Aos que se vencem do egoísmo.

Aos que amam por amar.

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Segundo Richard Bach: “O oposto

Da solidão não é estar junto.

É a initimidade”, viver com gosto!

Sentir a vida fluir em conjunto.

É gesto deveras desafiante;

Não basta dois queres conviver,

É bom ter jeito e ser confiante.

Cada ato, pensar como viver.

Não ignore, então, seu labirinto:

Somos um complexo e complicados.

Há estresse para cada momento:

A psique registra todos os dados.

A vida tem lá seu baixo e alto!

Veja, critique, distinga seu ato.

IV – CRISTO, MESTRE DOS MESTRES!

Aos que creem no Cristo!

Aos que amam por amar: primeiro grau do amor.

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Como gostaria de amar Cristo!

Mestre dos mestres, o Amigo Ímpar!

Não tratem a fé como mero cisto.

Corpo e alma sintonizam par.

O mundo deleta tal união,

Negam valores dessa transcendência!

Imagem paradoxal, Coração!

Pois fé no Cristo tem sua exigência!

“Graça e natureza se implicam” (Santo Tomás de Aquino)

Irmã(o), não perca a fé em Jesus!

Pequenez e grandeza se implicam,

[“O Senhor fez em mim maravilhas, Santo é seu nome.” Lc 1,46-55]

Alma file, esforça-se na Cruz (Obra: Imitação de Cristo!)

João da Cruz viu o prisma de Deus;

Busque Luz na travessia com os seus. (= Páscoa, ressurreição)

V – O BIBLIÓFILO

"bibliófilo: adjetivo substantivo masculino - que ou aquele que ama os livros. Amante ou colecionador de livros raros e preciosos, ou de boas edições."

Aos que gostam das bibliotecas.

Aos que ensinam a ler.

Aos que dão exemplo de leitor.

Aos que escrevem.

Aos que ensinam a escrever.

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Se hoje eu for à biblioteca,

Não esquecerei esta minha meta:

Bibliófilo, Ideal projeta.

Terei respeito nela como Meca.

O saber vem da vida e do livro!

Informação surge da relação:

Entre o ler e intelecção,

Entre a vida toda e seu fulcro.

Persistência forja o talento,

Aguça-se a curiosidade,

Desejando-se a eternidade...

À Criatividade, dê alento,

Esforça-se sempre, ó usuário.

Procure, sim, o bibliotecário.

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Bibliografia

(Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Soneto. Acesso em 02/08/2017).

CAMPOS, Geir. Pequeno dicionário de arte poética. Rio de Janeiro: Ediouro, 1960.

SHAKESPEARE, William. Sonetos de William Shakespeare. Tradução de Milton Lins. Recife: Ed. do Tradutor,2005.

TORRALVO, Izeti Fragata; MINCHILLO, Carlos Cortez. Sonetos de Camões. Cotia:Ateliê Editorial, 2001.

J B Pereira
Enviado por J B Pereira em 02/08/2017
Reeditado em 02/08/2017
Código do texto: T6072177
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