PRIMEIRO AUTOMÓVEL, poema de CDA- Aula no ensino médio

“Que coisa-bicho / que estranheza preto-lustrosa / e vem-vindo pelo barro afora? // É o automóvel de Chico Osório / é o anúncio de nova aurora / é o primeiro carro, o Ford primeiro / é a sentença do fim do cavalo, / do fim da tropa, do fim da roda / do carro de boi // Lá vem puxado por junta de bois.”

Do livro BOITEMPO II - MENINO ANTIGO - 1973 - poesias de caráter memorialístico, remetendo à infância rural do autor.

ESTUDO DO TEXTO

1-Poema - 2 partes: estrofe 1 - poeta descreve o primeiro automóvel que ele viu quando criança --- estrofe 2 - poeta (já velho) faz considerações sobre o que veio a significar o automóvel e como este modificou os hábitos de ‘nossa’ vida ---- estrofe 3 - pertence à primeira parte do poema - ironia, puxado por bois.

Estrofe 2 sempre iniciada pela palavra “é” (verbo ser). Neste caso, a imagem do automóvel é positiva ou negativa? Justifique sua resposta.

2-Assim, se fôssemos representar o poema com desenhos seria adequado desenhar:

( x ) estrofe 1 ( ) 2 ( ) 3

3-O poeta, expressando-se do ponto de vista da criança, chama o automóvel de “coisa-bicho” e de “estranheza preto-lustrosa”. Por que a criança chama o automóvel de: a-“coisa” / b-“bicho”? - Que sensações sugere a expressão “estranheza preto-lustrosa”?

4-Há, na primeira estrofe, dois elementos indicadores de que a cena se passa no interior, na roça. Quais são esses elementos? - O cavalo (coletivo ‘tropa’, daí tropel) e junta de bois (boi, coletivo ‘junta’).

5-Explique o sentido do verso “é o anúncio de uma nova aurora”.

6-Explique o sentido dos versos “...é sentença do fim do cavalo, / do fim da tropa, dofim da roda / do carro de boi”.

7-O desconhecido, o novo causa espanto, estranheza. Dê alguns exemplos e explique.

8-O autor interrompe a descrição do automóvel e na estrofe 2 faz uma espécie de parênteses (intervalo) para falar sobre o significado do carro e volta novamente, a descrever a cena da visão do primeiro carro: “Lá vem puxado por junta de bois.” Com essa técnica, o final do poema torna-se levemente humorístico (engraçado, cômico). Por quê?

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 25/07/2017
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