POESIA É O TAPETE: SUBJAZ NO POEMA

Por mais que se corra atrás, dificilmente vamos encontrá-la. Tal agulha num palheiro. É ela a diva dengosa que manhosamente nos abraça, exsurgida do Nada. Então, sem mais nem menos, oferta-nos a palavra sutil, doce, imprescindível, surpreendente repositório de setas para o arco ocasional que está bem ao alcance: o receptor. O arqueiro possuidor eventual do poema. Personagem que tem voz inusitada, aquela que sempre tem algo a dizer, mesmo que aparentemente silente. Lembra-te sempre que o leitor/receptor é o arauto da palavra. É ele que porá (ou não) a boca no mundo e fará da proposta uma quase verdade. Para que ao mastigar a língua, não se venha a propalar errado ou distorcido. O poema tem como alvo a amídala da palavra certa, curta e bela. E que fale por si para curtirmos as ideias...

– Do livro OFICINA DO VERSO, vol. 02; 2015/17.

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