VERSOS ESCRITOS DA MARGEM DO CERRADO (soneto)

Bem pode ser que o cerrado desmedido

Golfou uivos na minha poesia dolorosa

Craquento tal a um deserto ressequido

Escrevinhando saudades tão trabalhosa

E neste livro do destino assim esculpido

Em passos no sertão de tristura tortuosa

O choro e o riso do entardecer tão dorido

Na minha alma era de lembrança furiosa

Pode ser que, neste cenário fementido

De uma melancolia árida e tenebrosa

A lira da solidão tenha grifado gemido

E assim, num mistério em verso e prosa

O meu poetar se fez na quimera fundido

Entre espinhos, e flor singela e mimosa

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, outubro - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 22/10/2017
Reeditado em 30/10/2019
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