AO MEU PAI
Mauro Pereia

Sol, chuva ou frio... Não importava o tempo!
Sem esperar, do novo dia, o brilho,
Ia pras roças de feijão, de milho,
Buscar para a família o seu sustento.

Nesse ir-e-vir, seus pés sulcaram trilhos
E em sua mente um grande pensamento
—Maior até que seu entendimento—
Dava-lhe força frente aos empecilhos.

Foram-se os anos. Derrubaste matas...
Os teus cabelos hoje são de prata
E a tua mão de calos se reveste.

Quisera compensar-te meu bom pai,
Por tudo que sofreste sem um ai;
Por tudo aquilo que, sem ter, me deste.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Patos, 1965.
 
P/: Meu Pai

MAURO PEREIRA
Enviado por MAURO PEREIRA em 17/09/2017
Reeditado em 16/03/2020
Código do texto: T6116757
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