SETEMBRO AMARELO (baleiazul)
se eu morro chorarão no meu velório
e anotarão meu nome nos jornais
dirão “foi quase um santo esse rapaz
um lorde, e de um talento tão notório”
esgotarão comigo o repertório
de loas, de elogios imorais
repetirão seus velhos rituais
diante de uma cova ou crematório
se eu morro, que a cabeça dói de triste
não ouço mais a voz que tanto insiste
no mar de sofrimento que há na vida
se eu retribuo o olhar do precipício
me largo de uma vez, e foi-se um vício
levando meus demônios suicidas