SETEMBRO AMARELO (baleiazul)

se eu morro chorarão no meu velório

e anotarão meu nome nos jornais

dirão “foi quase um santo esse rapaz

um lorde, e de um talento tão notório”

esgotarão comigo o repertório

de loas, de elogios imorais

repetirão seus velhos rituais

diante de uma cova ou crematório

se eu morro, que a cabeça dói de triste

não ouço mais a voz que tanto insiste

no mar de sofrimento que há na vida

se eu retribuo o olhar do precipício

me largo de uma vez, e foi-se um vício

levando meus demônios suicidas

Nilson V Moreno
Enviado por Nilson V Moreno em 14/09/2017
Código do texto: T6114153
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