O SILÊNCIO BRADA (soneto)

O silêncio brada vazios inconfessos

Num linguajar da emoção em espera

Desatados da tribulação tão megera

Tecendo sensos selvosos e travessos

No silêncio escoa solidão em esfera

Soprando suspiros turvos e espessos

Dos enganos emudecidos e avessos

Do tormento, ásperos, tal uma tapera

É no silêncio que se traga a memória

Desfolhados das sílabas da estória

Do tempo, despertando os momentos

Tal o vento, o silêncio é uma oratória

Que verborreia o pensar em trajetória

Nos lábios lânguidos, frios e sedentos

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, setembro – cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 09/09/2017
Reeditado em 16/03/2020
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