IPÊ ROSA (soneto)

Cálice róseo de fugaz formosura

Donde vem teu matizado, o tom

Que o árido cerrado te escultura

No agreste, num veludo crepom

Sois volúpia em flor, tal bravura

Doidas da "sequia", audaz dom

Onde catou a tua cor, ó candura

Belo buquê em poema tão bom

Teus segredos ao olhar rouxinol

Em um canto dum verso e prosa

O teu frescor abrigo no avido sol

Ó almas feitas, casta, tal estriga

Copiosas a esvoaçar ipês, rosa

Na savana goiana toada cantiga

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Agosto de 2017 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 20/08/2017
Reeditado em 30/10/2019
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