FEIXE DE PAIXÃO

FEIXE DE PAIXÃO

Silva Filho

Não sei que dia a inspiração,

Vai liberar um soneto arretado,

Capaz de deixar arrepiado,

O sujeito que se chama Coração.

Nas entrelinhas vai a persuasão,

Em cada verso, um beijo cravado,

Em cada rima, um amor rimado,

Em cada sonho, um feixe de paixão.

Aí estão os meus ingredientes,

Que logo ficarão efervescentes,

Formando verdadeiro turbilhão...

Com um incêndio guarda aparência,

Se não for pela sua incandescência

Será, decerto, por alguma explosão!

INTERAÇÃO DO POETA QUE TRANSFORMA SONETO EM PAIXÃO.

FERNANDO CUNHA LIMA, SEMPRE BEM-VINDO E CELEBRADO.

PAIXÃO PELO SONETO

Fcunha Lima

Pouco importa a métrica do soneto,

A rima pelos tons distribuída,

Contar nas mãos como se fosse a vida,

Tornando a poesia um dialeto.

Quero soneto até sem ser correto,

Em tercetos e quadras bem sentidas,

Fora de todas as regras permitidas,

Mesmo que fique meio obsoleto.

Cálculo da rima, não sou arquiteto,

Ou se no verso livre quis dueto,

Continuo com verso mal rimado.

Mesmo assim me contento com soneto,

Dedico a estes versos tanto afeto,

Pouco importando se é pé-quebrado.

RATIFICANDO A SUA COMPETÊNCIA, VOLTA A ESTA PÁGINA O MAGO DA POESIA FERNANDO CUNHA LIMA.

QUANDO FALTA INSPIRAÇÃO

Fcunha Lima

Um dia, se me falta inspiração,

E a poesia esconde a sua musa,

Vem o parnaso todo e me acusa,

De ser meus versos, só uma ilusão.

Mente cansada e sem emoção,

Emoção que da minha musa abusa,

Aprende a métrica que a rima usa,

Quando ela some na desilusão.

Maior desilusão se a musa falta,

Retirando o meu verso da ribalta,

Porque a inspiração se viu partida.

Na busca pela verve o poeta,

Pra se desincumbir da sua meta,

Tenta encontrar a emoção perdida.