DESAFIO (soneto)

O meu fadário é devanear solitário

Ter o cerrado a desfolhar no olhar

Sonhar acordado e no mesmo luar

Ficando no tempo, noutro cenário

Onde a solidão nunca sabe esperar

Eu só tenho a saudade num sacrário

Anexo ao coração num pulsar diário

E lágrimas em um soluço sem parar

Oh, uivo árido, trove tal um canário

Os meus versos, e a ela vai revelar

Cada vazio aqui falante e tão vário

Por favor, acaso, pare de me tragar

Faça-me nos beijos dela um erário

E novamente no teu amor eu amar

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Agosto de 2017 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 16/08/2017
Reeditado em 30/10/2019
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