CERTOS VERSOS (soneto)

Letras ranzinzas de certos versos

Olham no vazio do papel em branco

Nodoando o imaginar nele dispersos

Do alquebrado fado em um tranco

O amarelado do tempo ali imersos

Adentra a saudade no peito manco

Rindo e chorando em tons diversos

Em um alvoroço dum soluço franco

Onde estariam tais agrados reversos

E assim o versar sair deste barranco

E então deixar de serem perversos

Ah! Rumo sem margem, sem arranco

Que cria na alma nublados universos

Deixando o sonho nu e sem tamanco

© Luciano Spagnol

poeta do cerrado

Agosto de 2017

Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 11/08/2017
Reeditado em 30/10/2019
Código do texto: T6080320
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