Noites de calor e sinfonia
E se a muriçoca toca o violino
testando minha pouca paciência,
vão-se meus resquícios d’inocência,
ficam meus requintes de assassino.
Quem dera não ouvir aquela voz
do pequenino bicho hematófago,
como morto e mudo no sarcófago
ou a castanha na casca da noz.
Não basta sugar o meu sangue?
Ainda tens que falar-me ao ouvido?
Que roube, mas não me zangue,
ou serei bem cruel, não duvido,
deixando-te em sono eterno,
Oh! Malvado e tinhoso inseto.