Procissão dos seres

Pelo leito do açude seco, vez,

Bebe a ausência esquálida novilha

Tropeça em mortos sobre a mesma trilha,

Lembranças dos que foram na escassez.

O chão racha, rejeita a vida e rilha

A crosta pele dos viventes, mês

A mês que mais parecem ser, talvez,

Extensão da aridez, morte em partilha.

Vivos á força, apenas sede e instinto.

Na marcha em procissão buscam vencer

Em vão à sequidão do mal faminto

Que prefere das vítimas tolher

As mais frágeis, as débeis e pequenas,

Judiar mais, não só matar apenas.

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 18/07/2017
Reeditado em 02/05/2022
Código do texto: T6058350
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