O fardo que caleja os ombros do poeta / E as dores que se deitam nas linhas de seus versos / Ah, poeta... És sozinho neste imensurável teatro / De sentimentos alheios / Mas tu não serias um covarde?! / Se um dia renegasses a musa / Que em teu imaginário (...) / Dia e noite vagueia!
 
São essas visões que te chegam sem parar?!

Como um centauro louco trotando ao meio-dia;
Ou como a demência que para morte assovia...
E no castelo dos espectros sonha um dia morar


Tentas, mas não consegues sua face vislumbrar.
Nos túmulos noturnos, a tua inexorável agonia.
Sombras que tu‘alma inutilmente repudia;
Aniquilam das retinas o lume do teu despertar.

Buscai forças! Pois as fibras estão rompidas.
Olhos esculpidos num átrio, por anjos invocarão?! 
Viajas agora neste surreal dilacerar de vidas

As rosas da piedade largadas sobre um caixão;
Que ao amanhecer se compadece dum suicida...
De quem o mundo roubou toda esperança e perdão!