NA PELE DO CERRADO (soneto)

Pulsa mais do que se pode ouvir

Vário mais do que deve imaginar

Mas, não se pode nele se banhar

Sem nele o teu chão os pés sentir

Aqui, pois, o céu é do azul do mar

Teu horizonte na vastidão a reluzir

Num encarnado que nos faz ouvir

Tons no vento no buriti a ressonar

O contraste é somente pra iludir

Hibernando e, encantado o olhar

No árido inverno dos ipês a florir

Num espetáculo que vai embalar

Do marrom ao virente a se colorir

Pele do cerrado, agridoce poetar

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, julho - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 18/07/2017
Reeditado em 30/10/2019
Código do texto: T6057662
Classificação de conteúdo: seguro