Soneto dos vinte oito

Talvez eu queira mesmo morrer aos Vinte oito,

ou só queira dormir sem ter hora para acordar,

seja mesmo um viciado e não resista a alguns

comprimidos que me façam viajar…

Talvez eu só queira ficar sozinho pintando

imagens invisíveis no escuro, disparando

sobre o vento que invade a janela, atinge a

porta entreaberta, arrancando lascas da quina.

Talvez eu esteja destoando sobre o barulho

do ventilador que soa como as asas de um

besouro e afugentam-me o sono tranquilo...

Talvez eu escreva até que as teclas

se cansem destes versos divagantes

ou faça deles um soneto delirante.

Ph Vieira
Enviado por Ph Vieira em 26/06/2017
Reeditado em 28/03/2021
Código do texto: T6038326
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