FRIO (soneto)

Arrefece o cerrado dentro do frio

E cada bafejo é o frio no caixilho

Da ventana, escorrendo no ladrilho

Mais frio, n'alma causando arrepio

Me encolho neste frio chorrilho

Que ascende o inverno em feitio

Ouvindo em anexo um assobio

Do vento, eriçando até o fundilho

E lá fora é frio que atulha o vazio

Cá dentro o gelado em trocadilho

Em coro com o friasco tão bravio

Sinto chiar na vidraça num gatilho

De frio, sombrio este tal tão vadio

Aquentado com o chá e sequilho

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, junho - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 25/06/2017
Reeditado em 30/10/2019
Código do texto: T6037318
Classificação de conteúdo: seguro