SONETO PERDIDO

Eis-me aqui no silêncio do cerrado

Longe de mim mesmo, na dúvida

Extraviado na incerteza da partida

Sem amparo, com o olhar calado

A solidão me assiste, tão doída

Pouco me ouve, pouco civilizado

Tão tumultuado, vazio, nublado

São rostos sem nenhuma torcida

Dá-me clareza de que não existo

Numa transparência de ser misto

No amor e dor no mesmo coração

Como um roteiro no imprevisto

Sem saber como se livrar disto

Velo por aqui sentado no chão...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, junho - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 20/06/2017
Reeditado em 30/10/2019
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