PELA NOITE ALTA (soneto)

Pela noite alta, no planalto, invernado

Bruma fria, lua nua, coração encolhido

Cai sobre a alma sonido suspiro partido

No silêncio oco dum abandono calado

Na rua de calçadas desertas, caído

Aflição e ilusão, pelo chão moldado

Na sequidão do inverno do cerrado

Vozeia o afeto num gemido sentido

Num gesto desfalecido e já olvidado

Saudades assopradas do vento árido

De sombras de amores já esquecido

Cutuca a solidão do tempo passado

E neste poetar solitário e sem sentido

Vaza triste espalhafato acabrunhado

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, junho - Cerrado goiano

Vídeo poético no Canal do YouTube:

https://youtu.be/_pdyBnIMW4Q

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 08/06/2017
Reeditado em 08/06/2022
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