PELAS BORDAS DO AMOR

PELAS BORDAS DO AMOR

Silva Filho

No meu poema o desejo grassa.

Pelas bordas do amor, transborda!

Todo molhado, o meu estro acorda,

Em qualquer banco duma boa praça!

Estro malandro, por insone passa!

Sem perder tempo, ele pinta e borda,

Logo depois, me diz que não recorda,

Simula bem, estar com a mão na massa!

Vou abordando um amor passante.

Com um verso bem vestido; elegante,

Tenho a ferramenta da conquista!

Quantos desejos estão em represa,

Quantos poemas tentarão proeza,

De fisgar um amor pro sonetista!

COLABORAÇÃO DO ILUSTRE AMIGO SONETISTA/REPENTISTA

FERNANDO CUNHA LIMA.

PAQUERA SEM ASSÉDIO

Fcunha lima

E o amor se apresentou gostosa,

Com seu nariz assim empertigado,

Passa por mim sem nem olhar de lado,

Certa que é a tal, cheia de prosa.

Deixa o poeta meio desolado,

Por não sentir o seu cheiro de rosa,

De longe tem o jeito de dengosa,

De perto um andar atapetado.

Se conseguir depressa chegar perto,

Apago do meu peito este deserto,

Esta fome de amor das mais danadas.

Além do beijo louco que darei,

Também fico tão louco que nem sei,

E passo a lhe provar pelas beiradas.