ELETROPOEMOGRAMA
ELETROPOEMOGRAMA
Silva Filho
A medicina convencional não cura
Um coração enfartado com poema
Uma técnica que o peito não perfura
Pode ser a solução nesse dilema.
Informações dizem que um viciado
Tomou por via oral e pela veia
U’a superdose de sonetos turbinados
E a coisa ficou preta; muito feia.
Devorar versos sem ter moderação
É o que se chama de automedicação
Capaz de provocar até a morte.
Se vem um verso com muita doçura
Convém prévia noção da estrutura
Do coração que pretende o aporte.