SONETINHO BESTA!
Meu coração é vão qual terra morta
Onde vermes ávidos se deleitam;
Sugam o meu sangue, o pulsar, espreitam
Todo o parco amor que a mim importa.
E o denso odor das idiossincrasias,
Farnel das excrescências: tão sagrado!
Pontiagudo desamor, malgrado,
Penetra cru na minha carne fria.
Se tenho um espírito assim estéril,
Terra apodrecida de cemitérios,
Que treme de medo à solidão.
Sei que o húmus indistinto da terra
Que por se opor à morte pela guerra;
Alimenta a vida em meu coração.