CERRADO SECO (soneto)

Ah! plangente cerrado, quente, sequioso

Ventos abafados, denodados, e ao vento

Dormente melancolia, e tão portentoso

Murmurejando e, navegante de lamento

Sol queimoso, untuoso, e tão ufanoso

Que no seu firmamento vagar é lento

Inventando no tempo variegado iroso

Parindo nuvens dum cinzento natento

Securas secas, e que secam ardoroso

Veludos galhos, veludosos e poeirento

Que racham sedentos num ardor ditoso

Ah! cerrado seco, de ávido encantamento

De um luar num esplendor esplendoroso

Da lua de contornos, no céu monumento

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Março de 2017 - Cerrado goiano

Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/1inL5UiKGfc

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 04/04/2017
Reeditado em 04/04/2020
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