SAUDADES SECAS (soneto)

Saudades secas, no cerrado, banham

De lágrimas as lembranças já findas

E assim choram, tristonhas e choram

Enxugando o soluço em sujas nerindas

Quando entardece as noites revindas

É hora de preces que os céus imploram

Oram de mãos postas, e ali tão pindas

Que tristuras secas, molhadas choram

Ao juntar estas secas dores na oração

Em vão as rezas murcham na emoção

E as saudades bebem fel na cacimba

São nostalgias que vivem de ilusão

Choram, oram, imploram recordação

Se quando no peito esquecer catimba

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Março de 2017 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 03/04/2017
Reeditado em 30/10/2019
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