SONETO DE LUZ PÁLIDA

Pálida à luz da ofensiva tão sombria

Sobre a desfeita no peito reclinada

Como malícia na falta embalsamada

Grita lágrimas secas, ardidas e fria

No horizonte a luz poente desmaiada

Refletia o amor que na ilusão dormia

Era tal a ventura que ali se obstringia

Aflita, que pela afronta era embalada

Um desprezo que dia após outro dia

Me despia a alma, tão ferida e calada

Na dor se banhava e que nada alivia

Não gargalhe, ó cerrado, desta lufada

Se vim pela devoção, outras eu faria

Afeto, não tem distinção nem morada

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Março de 2017 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 01/04/2017
Reeditado em 30/10/2019
Código do texto: T5958009
Classificação de conteúdo: seguro