EM ÓRBITA
EM ÓRBITA
Silva Filho
A cada órbita que faz nosso Planeta
(circundando o astro-rei que nos aquece)
Tem areia passando n’ampulheta
Tem o tempo dizendo: ENVELHECE!
O trabalho incessante do exegeta
É o campo natural de sua messe!
O poeta vai deixando na gaveta
Algum texto que emperra, esmaece!
Quando as letras desertarem do meu verso
E voarem pelas fendas d’Universo
Digo adeus a vocês – e vou embora!
A saudade... não direi em poesia
E o estoque que restar de estesia
Eu entrego, formalmente, à aurora!