Soneto (O Matemático Bêbado)

Eu sei que me equilibro na distância,

sou um bailarino na luz do horizonte.

Minha alma é ave cujo vôo é ânsia.

Noturno, espero que a manhã desponte

para eu anoitecer ainda mais cedo,

para eu poder dormir bem acordado,

para eu poder voar em degredo,

para eu poder pousar num sol gelado.

Equilibro-me num fio sobre o abismo,

com o guarda-chuva roto de um pateta.

Teço no ar a soma de um algarismo,

faço lógicas dignas de um poeta,

entre um e outro cálculo sofismo

e o acúmulo de zeros me completa.

Vagner Rossi
Enviado por Vagner Rossi em 26/03/2017
Código do texto: T5952711
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