Desapego

A tarde canta seus fumos de glória

E eu vejo lentamente se esvair

Entre meus dedos o vago existir,

Na dialética corrida da história.

A vida é um rio que temos de seguir

Com Heráclito, fluindo vida afora.

O homem é um personagem a se mentir

No palco da cadência transitória.

O que nos fica entre os dedos lassos

É nosso apego vão de alma iludida.

O tempo zomba dos nossos fracassos,

E, tal uma folha seca além varrida,

Passamos como um coro de palhaços,

Mas quem ri por último é sempre a vida...

Vagner Rossi
Enviado por Vagner Rossi em 26/03/2017
Código do texto: T5952479
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