EU (soneto)

Existem vários eus no meu eu

E de tão pedido, anda sozinho

No sonho joga sorte, coitadinho

E assim, sem ter norte, é plebeu

Se sou mal interpretado, fulaninho

É do fado este fardo triste e forte

Tal ímã do azar que rédea a morte

Bulha quem sou na fé e no caminho

E que destino este agre e de recorte

Da alma esfarrapada e sem colarinho

Que chora os porquês, sem ter porte

Porém, sou o que sou, além do mocinho

Alguém de coração que com amor importe

E que nesta tal vida, andeja de mansinho

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Março de 2017, 05’55” – Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 22/03/2017
Reeditado em 29/10/2019
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