SONETO CAIPIRA

Fogão de lenha na poesia a poetar

Panela a chiar, vastidão pela janela

Cheiro da noite no negror sem tramela

Desprendendo olor na roça aformosear

O entardecer se tingindo de canela

No céu estrelas soturnas a navegar

Em uma sensação de paz, de amar

Amassando jeito matuto na gamela

É só silêncio, cigarro de palha a pitar

Saudade esfumaçada na luz de vela

Arando sensos num canoro devanear

Depois, uma pitada de solidão donzela

Acalentando as lembranças a revigorar

Ah, gostoso a vida caipira na sua tutela

© Luciano Spagnol

poeta do cerrado

Março de 2017

Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 21/03/2017
Reeditado em 29/10/2019
Código do texto: T5947585
Classificação de conteúdo: seguro