O meu pai

Ah, meu pai, que saudade de ti sinto,

Dos belos anos que passamos juntos,

E dos nossos inúmeros assuntos,

Fruto do nosso familiar instinto.

Do que sinto por ti jamais te minto,

De lembrança, os chouriços e presuntos

Que na Espanha compravas, de defuntos

Porcos, e o teu caseiro vinho tinto.

Que saudades até das nossas brigas,

E assim de ouvir-te a discutir comigo,

Pois tu eras o meu melhor amigo!

E das tuas histórias muito antigas,

De guerras africanas que enfrentaste,

Na admiração do filho que criaste.

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 24/02/2017
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