Cinquenta tons II

A dor, a humilhação sempre sofridas,

Por esses pobres seres tão sensíveis,

São ingratidões, no entanto, admissíveis;

São injustiças, mas, compreendidas.

Dominações, torturas tão incríveis,

Que a sociedade impõe e que castiga,

Mexendo e remexendo na ferida,

São golpes necessários e plausíveis.

Todo o poeta é sempre um masoquista,

Apanha, sente dor, mas sente gosto;

Sua alma retalhada ainda rabisca.

Os versos tão expostos, tão precisos

O coração sofrendo e no seu rosto,

O mais compreensivo dos sorrisos.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 23/02/2017
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