À deriva

Se não tem origem e nem destino como navegar a nau?

No centro do cosmo, ondas catastróficas à frente.

Nem um ruído diferente, a não ser o barulho do mar.

O marujo solitário sem luta chora tristemente.

O peixe grande o persegue à distância.

Seus pensamentos voam em lampejos sem sentido.

O luto vivo a seus olhos não se torna insignificância.

O sonho da conquista em pânico padece desiludido.

Não há socorro esperançoso.

Quando chove é tormenta, quando é sol é morte.

A fé não brota à deriva dum mentiroso.

Não há sinal, nem placa e nem rumo.

A nau está sem condutor, sem norte.

O que era, já não é; nem o mundo.