Lampejos
Lampejos
Não pude mais viver depois que provei
De um novo amor que sugou o meu viver,
A paixão me cegou, do homem que imaginei
Ser ficou o que sempre serei, ou tento ser.
Por que a serpente que sempre nos engana
Aninha-se no peito de quem diz que nos ama?
E a brasa do prazer sem paixão, febre insana?
Lábios que outrora com paixão beijei hoje trama,
Apagar os vestígios que um dia foram meus,
Tão sôfregos ardentes de refinados desejos,
A frieza da lamina esconde o gume fino, teus
Lábios que um dia provei em sofregos beijos
Que pensava serem tão somente meus.
Em teus olhos? Só desapaixonados lampejos.
Camaçari, 04 de novembro de 2015, 03h50
Fernando Alencar