Lampejos

Lampejos

Não pude mais viver depois que provei

De um novo amor que sugou o meu viver,

A paixão me cegou, do homem que imaginei

Ser ficou o que sempre serei, ou tento ser.

Por que a serpente que sempre nos engana

Aninha-se no peito de quem diz que nos ama?

E a brasa do prazer sem paixão, febre insana?

Lábios que outrora com paixão beijei hoje trama,

Apagar os vestígios que um dia foram meus,

Tão sôfregos ardentes de refinados desejos,

A frieza da lamina esconde o gume fino, teus

Lábios que um dia provei em sofregos beijos

Que pensava serem tão somente meus.

Em teus olhos? Só desapaixonados lampejos.

Camaçari, 04 de novembro de 2015, 03h50

Fernando Alencar

Fernando Alencar
Enviado por Fernando Alencar em 23/01/2017
Reeditado em 04/11/2017
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