Porta do paraíso

Passo a mão na tramela, 
Da porta do paraíso,
E sinto o arrepio dela,
Como se fosse um aviso...

A mão continua andando,
E nas andanças, percebe,
Enquanto vai alisando,
Um calor, quase de febre...

Ela, bem acalorada,
Só a pele, e mais nada,
É fornalha, é fogueira...

Então, a mão toca a tramela,
Do meu paraíso, e dela,
E abre-se, de todo, a porteira.