Quando O Dia Finda
Quando o dia finda, o infinito se levanta,
A luz do sol descai sobre as searas,
Tricotando nelas uma graciosa manta,
Com o joio do dia, da tarde, e das aparas.
*
Com as mãos, afasto, invado os meus credos,
Auscultando o universo com toda a plenitude,
Laminando as searas pelos meus dedos,
Recordando a vida que me fora tão rude.
*
O meu corpo que era tão lindo, tão majestoso,
Se encosta ao sol também todo choroso,
Submerso agora na infinita solidão,
*
E o céu que ainda nem sequer mostra a lua,
Faz parecer que a minha alma está crua,
Me transportando para outra dimensão.
*
Cristina Ivens Duarte-13-01-2017