SOLIDÃO BORRALHEIRA (soneto)

Erma solitária solidão borralheira

Que atulha o cerrado de melancolia

No entardecer encarnado em romaria

Alongando o minuto em hora inteira

Assim só, os sonhos vão pra periferia

A espiar a sofrença além da fronteira

D'alma, caraminholando oca asneira

A crepitar agonia em atroada sombria

O vazio do imenso céu sem cabeira

Nos engole com chilreio e zombaria

Galopando apertura numa carreira

Tétrico encanto da solidão crua e fria

Que do silêncio é a sua mensageira

E que ao coração saudades anuncia!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Janeiro de 2017 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 12/01/2017
Reeditado em 08/11/2019
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