ANOITECER (soneto)

Desmaia o dia no árido cerrado

Num adeus de luz e esplendor

É Deus com o seu recompor

Do céu azul ao negro estrelado

E eu, aqui num mero espectador

Sob este tão espetáculo, admirado

Não sei se rio, choro ou fico calado

Inerte... no âmago belo do criador

É um rosário pelo encanto desfiado

Conta a conta, infinito e acolhedor

D'amor, benção, no tempo denodado

Está hora, do ângelus, do cair multicor

Enteando saudades, dor ao enevoado

Vem a noite, para vida por ela transpor

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Dezembro, 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 20/12/2016
Reeditado em 08/11/2019
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