NÁUFRAGO (soneto)

Devastado pelos medos, a tudo, temo!

E nesta imensidão de negrura sem fim

Os assombros me aterram no extremo

Donde cheguei e, pra onde irei assim?

Os sonhos se tornaram nau sem remo

O olhar se prostrou no horizonte carmim

Joelhos e mãos postas, de um blasfemo

No caos, o favorável estoirou em festim

Na sorte, o suspiro se fez de supremo

Choro, lágrimas e desespero em mim

É embarcação medonha, e eu tremo!

Oh! Náufrago, de alma sem lanternim

Miserando por um único ato sopremo

Rogo aos anjos, ter-me ao som de clarim...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Novembro de 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 21/11/2016
Reeditado em 08/11/2019
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