SONETO COM CHARME

Moço, se no tempo, velho eu não fosse

Onde a dor da saudade a apoderar-me

As recordações a virarem um tal carme

E a lentidão em mim se tornarem posse

Ah! Aquelas vontades já me são adarme

O que outrora me era tão suave e doce

Num gosto acre o meu olhar tornou-se

O espelho, um revérbero, a desolar-me

O meu espírito a tudo acha tão precoce

Já o corpo, cansado, soa em um alarme

Na indagação a juventude que o endosse

Da utopia ao caos dum tão triste arme

Envelhecer, como se não fosse atroce

Então, vetusto, tenhas arrojo e charme!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2016, 18 de novembro – cerrado goiano

Canal do YouTube:

https://youtu.be/m3FqoQij6LE

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 18/11/2016
Reeditado em 18/11/2023
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