CANTO (soneto)

Na janela pro cerrado, solitário

O apressurado vento na fresta

Amigo de exílio, o meu cenário

Sibila, e teu sibilo me molesta

E, lá no ipê, alto, canta o canário

Ouvindo o canto de sua seresta

A saudade crê, no extraordinário

A alegria, no som, a alma atesta

Mas, poucos ouvem o meu dia

Calado e frio, numa poesia fria

Ajuntando o meu aflitivo pranto

E neste choro, um choro estridente

Que me faz chorar tão incontinente

Muitos pensaram que é meu canto

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2016, novembro - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 16/11/2016
Reeditado em 08/11/2019
Código do texto: T5825225
Classificação de conteúdo: seguro