TORMENTO NO SONETO

O fado, comigo, não teve deleite

Tem um gosto agridoce meu dia

Devoluto, e sem lisonja fugidia

Na ventura me sinto um enjeite

Lembranças, só são de nostalgia

Um poetar desnudo, sem enfeite

Inspiração desmaiada como leite

E a lágrima de tão pouca alegria

As doces palavras sem onde deite

O ânimo com nuance sem ousadia

O coração desprezado, quem aceite

E mesmo, num tal tormento, quereria

Um olhar de afogo, sorriso que afeite

Onde minha sorte, pudesse ter alforria

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Novembro, 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 10/11/2016
Reeditado em 08/11/2019
Código do texto: T5819634
Classificação de conteúdo: seguro