SONETO MELANCÓLICO

Chove, embrusca o céu do cerrado

o horizonte ribomba em trovoada

nuvens prenhas, parindo gota d'agua

"cachoeirando" o telhado empoeirado

Tomba galhos, ventos na esplanada

um cárcere sombrio, espírito calado

a alma com os seus ais embrulhado

contempla os sonhos em disparada

E o tempo a ver, o chão ensopado

escorrendo devaneios pela fachada

dos sonhos, em rodopios atordoado

Salpica na janela, medos em pancada

melancolia, num espanto não desejado

dos meus olhos em pranto, numa cilada...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Novembro, 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 04/11/2016
Reeditado em 08/11/2019
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