SONETO DUM AMOR

Aos olhos surdos, estás ainda, presente

No silêncio do cochicho, tua voz é canção

Meus versos mudos, ainda assim, emoção

E aos ouvidos, o teu vulto nunca ausente

Arrastar-me-ia, se coxo, até a exaustão

Pra ter-te em minhas palavras vorazmente

Qual tal aragem arrefecendo inteiramente

A afeição, a inspiração e o meu coração

Sem sentidos, eu te sentiria novamente

Circulando loucamente na recordação

Qual miragem num perfume languente

E sucumbido, ainda assim, em devoção

Ao teu nome, na alma eu bem contente

Versejaria e te poliria com doce exatidão

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Outubro, 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 31/10/2016
Reeditado em 08/11/2019
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