SONETO PRUM ADEUS

Tendo a cova por último ornamento

Na incógnita lápide minha pequenez

Lembrança na lembrança, um talvez

Sob a terra o mais vil esquecimento

No redobrar dos sinos, a total nudez

Dum defunto sem data de nascimento

Um ninguém, de solidão e sofrimento

Dos que à vida, na vida foi escassez

Deixei atos em versos de sentimento

Podem até ser os tais sem a polidez

Mas, foram vozes, e não só momento

No adeus, o adeus com total lucidez

Pois se meu fado foi sem argumento

Então, pós morte, perde-se a validez...

Outubro, 2016

Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 26/10/2016
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